Escola a Ler

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Fernando Pessoa - 30 de novembro de 1935


Fernando Pessoa morreu no dia 30 de novembro de 1935.

“Se em grande medida viveu para a escrita, as circunstâncias nunca lhe permitiram viver da escrita, de que é sintomática a forma como, em Março de 1935 - o ano da sua morte - se autodefine: “A designação mais própria será «tradutor», […] de «correspondente estrangeiro em casas comerciais». O ser poeta e escritor não constitui profissão, mas vocação.”
Vocação que assumiu como desígnio, e sentindo que a sua voz era insuficiente para o cumprir, criou a voz de outros, nascendo desta forma o intrincado universo heteronímico de Pessoa - onde pontuam Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis - e que constitui um dos traços mais marcantes da originalidade e genialidade do autor.
Trabalhou para o reconhecimento. "I know not what tomorrow will bring", consta ter sido a última frase escrita pelo seu punho. Pois bem: o amanhã haveria de trazer-lhe a aclamação universal.”

Fonte: Hemeroteca Digital – CML

“Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra todos os dias são meus.
Sou fácil de definir.
Vi como um danado.
Amei as cousas sem sentimentalidade nenhuma.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um acompanhamento de ver.
Compreendi que as cousas são reais e todas diferentes umas das outras;
Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.
Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais.
Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.
Fechei os olhos e dormi.
Além disso, fui o único poeta da Natureza.” 

 Alberto Caeiro

    Via Associação de Professores de Português - Ler mais » »

Sem comentários:

Enviar um comentário